Mitos

A origem

A filosofia perene, apresentada em 1548 por Agostino Steuco, procura conciliar, as diversas tradições religiosas, como o resultado de uma única verdade antiga que transcende as diferenças culturais e históricas e que se preservou e propagou por diversos rituais. Esta ideia perdeu força no modernismo científico mas ainda persiste em diversas culturas.

A ideia que os mitos têm na sua criação uma base em comum foi explorada pela investigadora Karen Armstrong que apresenta alguns pontos comuns no nascimento e manutenção de qualquer mito. O mito, entenda-se, não como uma inverdade, mas como um ato de questionamento e reflexão sobre a realidade e condição humana.
A partir das comunidades pré-históricas o medo da morte inspirou um conjunto de tradições e crenças através dos quais este fenómeno tomou um significado de transformação ou renascimento sugerindo que a existência não termina com o corpo físico o que pode dar sentido à vida através das decisões e ações que tomamos.
Estes mitos são vivenciados e transmitidos através de gerações através de um conjunto de rituais. Estes últimos servem como uma expressão física da mitologia, tornando-a tangível e acessível aos participantes. São, por isso , igualmente importantes para a coesão social e identidade cultural.
Sendo vistos como forma de transmitir lições de moral e virtudes como a coragem, justiça e compaixão, o mito tem um papel significativo na orientação do comportamento humano ao mesmo tempo que pode ajudar a resolver conflitos e explicar o desconhecido.

Fotografia e texto: Sérgio Moreira