A gravidade da gravidade.
A relação entre a Igreja Católica e a ciência tem sido complexa ao longo da história. Houve momentos em que a Igreja se opôs a certas descobertas científicas, como a teoria heliocêntrica de Galileu Galilei, que foi considerada contrária às doutrinas religiosas da época.
Galileu Galilei teve uma relação conturbada com a Igreja Católica. Em 1610, fez importantes descobertas astronómicas, incluindo a observação dos satélites de Júpiter e das fases de Vénus, o que apoiava a teoria heliocêntrica de Copérnico, segundo a qual a Terra e outros planetas orbitam o Sol.
Em 1616, Galileu foi instruído pelo Santo Ofício a abandonar as suas opiniões heliocêntricas e, em 1632, publicou “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo”, em que defendia a teoria heliocêntrica de forma explícita.
Como resultado, Galileu foi acusado de heresia e julgado pela Inquisição em 1633. Foi obrigado a renunciar às suas crenças heliocêntricas e condenado a prisão domiciliar, o que o impediu de continuar as suas pesquisas.
Embora Galileu não tenha descoberto a Lei da Gravitação de Newton, as suas observações astronómicas foram fundamentais para o desenvolvimento da mesma. Em particular, Galileu observou que os planetas do sistema solar se movem em órbitas elípticas em torno do Sol e que a velocidade com que eles se movem varia de acordo com a distância do Sol. Essas observações forneceram evidências importantes para a teoria da gravitação de Newton, que explicava essas órbitas em termos de uma força de atração universal entre os corpos celestes.
Se por um lado, a Igreja Católica contribuiu para o avanço científico nomeadamente com o contributo que deu na preservação das obras dos autores clássicos nas suas bibliotecas, por outro, tentou aprisionar dentro da caverna a ciência quando esta não servia os seus propósitos.
Fotografia e texto: Sérgio Moreira